" A cura "
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Essa dor tão doída, dói muito, pra valer.
Procuro esquecê-la, mas é inutil evita-la.
Não sei se na alma ou; em todo corpo
Não consigo encontrar onde está a doer.
Incomoda, rouba o meu sono e o entrega a insônia.
Coça, pinica, fica assim, na maior desfaçatez;
Fere-me profundamente sem nenhuma cerimonia.
Já não sei o que dizer. Ora grito, ora me calo!
Tomei calmante, tranquilizante, mas na verdade;
O calmante não me acalmou e o outro; sem efeito!
Falei com Deus, tantas vezes: Senhor, é muita crueldade!
Para essa dor tão doída, busquei outras formas de socorro
Passeios , boa companhia; pura infelicidade
Distrações, muitas, conversas fiadas, amenidades...
Só sei de uma coisa: Dessa dor, aos poucos eu morro
É mesmo que correr atrás do vento, secar a chuva
Amarrar as nuvens; me sinto um tolo.
Diante de sua audácia; meu ser já se curva.
Essa dor, tão doída, já disse: Dói pra valer!
Mas há cura, há um jeito, uma possibilidade:
Encontrar você e olhar nos seus olhos.
Segurar suas mãos e curar com um beijo,
essa dor chamada saudade
Autor: Lucas Eugênio
Ps. A dor da saudade, vem do acúmulo de emoções, de outras saudades que sintetizaram-se em uma só pessoa ( saudade dos avós, dos pais, de lugares e pessoas especiais...). Quando esta pessoa vira - outra - saudade, aflora todo sentimento retido até então, ou camuflado no momento vivido de plena realização. A cura gerou afeitos colaterais, que para serem cuidados precisam ser remediados com um novo sentimento : A ausência!