Minha doce canção de verão
PESCADORA DO MEU SER - Lucas Eugênio
Vivo agora a esperança do ser feliz;
Minha doce canção de verão.
Presença de suave domínio
Que restituiu-me o coração menino
Minha paz, de delicada emoção
Você é isso, é a vida querendo viver
Protegendo-se da desilusão entre as grevas
Audaz, me defendendo sangrando as trevas
Ferida às vezes, ou, quantas vezes
Recusa-se a fenecer.
Amor sem vergonha de ser amor
Que se expõe sem temer a dor doida
Afastando-se do passado amargo
E restaura min' alma no desamor; perdida
Pescadora do meu ser
Das garras de animais internos vorazes e ferozes
Das ressonantes vozes das profundezas atrozes
E do silencio da cruel solidão externa
Que me via morrer
Envolveste -me com teu encanto
Viestes das nuvens, como um anjo;
Anjo mulher, de força libertadora?
De olhar angelical que me fascina agora
Sem asas, artifícios ou arranjo.
Angélica flor que enfeita minha tarde
Cheiro da paz, cor de sonho, sabor desejo.
Curvo-me, para colher de ti um cálido beijo
A vermelha, velha chama, em meu peito entregue;
Já sinto que arde.