Escombros
Vejo os escombros em minha volta
Ruínas de mim, do que fui
Perdi a cabeça, a crença; min'alma do corpo salta
Livrar-me das feridas mais sofrer inclui.
Não sei: Vejo o céu escuro em pleno dia
Poeira, beira o céu em névoa de pó
Cego tento olhar o que há muito já - não - via
Resta o resto de mim que arrasto da vida, só.
Queria ao menos as estrelas para manter-me...
Inocentemente acreditando no amor
Já não as tenho, não as tenho, não iludo-me
Acreditando que, quem sabe, isto passe quando dia se por
E o sol descansar no sombrio e tenso mar...
Então luar suave penetrar encontrando-me no chão
Sob o que o mundo desabou sobre mim... e então...
Enfim, meu gemido das profundezas vazar.
E eu, mais uma, ou, desta vez, sobreviver a queda
Reconstruir meu caminho, reaprender a andar
Transpondo a mágoa, respirar, aspirar, transpirar...
Nascendo da terra, como semente, e simplesmente
Dali pre frente, que meu fruto seja somente amar
Lucas Eugênio