Longos dias
Longos dias têm sido esses
Uma estrada sem fim, que começa dentro de mim
De clima misterioso sob a neblina do tempo.
O horizonte estranho, de escura paisagem
Segue, insiste, abrindo passagem...
Sem esquinas, nas curvas do contratempo.
Nela o sol sem brilho é passageiro
Montanhas empedernidas, contidas...
Entre o céu e a terra se gastam
Como desgastam meus passos
Em ralentados compassos
Que do meu chão me afastam.
Assim tem sido longo meus dias
Tensos dias, vazios de cruéis vias
Me vario em contrastes
O pó das lembranças ressecado no rosto
O sangue que deixa na boca o mal gosto
As marcas eternizadas dos embates
Longos dias têm sido, longas noites
Impregnados sentimentos
Confusos e aleatórios me carrega
Mas, enfim, oro....
E o tempo segue, a vida não para.
O fim, uma hora, chega
Lucas Eugênio