Matar - a - Saudade
MATAR A SAUDADE - Lucas Eugênio
Saudade.
Não sei se a tenho, ou, simplesmente a sinto.
Só sei que existe.
É como um barco que navega em águas tempestuas e incertas; nas sendas indesejadas e sob o luar, deserticas.
Nessa nave que a decepção pilota, quem desdenha o perigo, embarca.
Às vezes é coisa de se ter guardada como lembrança.
Outras vezes, é melhor perdê-la na divagação que o tempo traça.
Pois a saudade sangra de um jeito que traz aos dias a palidez; sua marca...
É dor doida, angustiante momento que desespero traz; é um grito silencioso que à alma entorpece; faz do sorriso movimento incapaz.
Nostalgia: Sensação de que se perdeu alguém; o tempo, um momento único.
É o mal que surge daquilo que um foi bem; hojê a morte lenta traz
Saudade: Vontade de retroceder, andar de volta, correr para trás...
Agarrar, beijar,apertar, ancorar no cáis.
Vontade de não ter vivido e assim seguiria inocente, sem passado ter, sem o pesadelo que a saudade contém
Seria como se cada dia acabasse, e com ele as lembranças desembarcassem.
E tudo seria diferente, todos dias seriam novos; até o amor amado
A memória?
Só do instante imediato passado;
Seria como se nunca houvera sido ontem